quarta-feira, 23 de maio de 2012

Como é ruim não poder falar


Sabe-se que há 10 anos atrás se fez valer os direitos a pessoa com deficiência auditiva sancionando a Lei Nº 10.436, de 24 de Abril de 2002, quem tem em seu Art. 1o que a Libras é reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados.
No Decreto Nº 5.626 de 22 de Dezembro de 2005 em seu CAPÍTULO VI, Art. 22.  As  instituições federais de ensino responsáveis pela educação básica devem garantir a inclusão de alunos surdos ou com deficiência auditiva, por meio da organização de:
II - escolas bilíngües ou escolas comuns da rede regular de ensino, abertas a alunos surdos e ouvintes, para os anos finais do ensino fundamental, ensino médio ou educação profissional, com docentes das diferentes áreas do conhecimento, cientes da singularidade lingüística dos alunos surdos, bem como com a presença de tradutores e intérpretes de Libras - Língua Portuguesa. Art. 23.  As instituições federais de ensino, de educação básica e superior, devem proporcionar aos alunos surdos os serviços de tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa em sala de aula e em outros espaços educacionais, bem como equipamentos e tecnologias que viabilizem o acesso à comunicação, à informação e à educação.

E com tudo isso, ontem eu estava em uma sala de Formação continuada, onde se capacita pessoas a trabalharem com várias deficiências tive que ouvir de um "profissional intérprete" que uma aluna surda se virasse ou combinasse outro dia pra entregar um trabalho em um curso que não oferece o trabalho de intérprete pelo simples fato da mãe dessa jovem não ter comunicado com antecedência que ela precisava. Detalhe: Todos desse centro de referência conhecem muito bem a jovem. Eles também sabem que o bilinguismo ainda não se faz valer como deveria ser e bem sabem que mesmo com o dominio do português ela tem o direito de se comunicar em sua língua materna e ter alguém capacitado para traduzir, sem precisar ficar se humilhando para obter tal serviço.
Posso estar errada em querer que esse lugar consiga um profissional para atender seus alunos surdos que cheguem sem agendamento, mas não sou obrigada a ficar calada diante de tal afronta. Os deuses sabem o quanto me contive para não começar ali uma guerra, motivos maiores me fizeram voltar atrás.
Só queria que um dia essa tal inclusão fosse feita não só no sentido de jogar pessoas com deficiências em seus territórios. Eu quero que essa inclusão seja feita com a aceitação e o respeito de acolhê-los, atendê-los e oferecer a devida adaptação. Que não seja só em uma escada que virou rampa, um banheiro para pessoas com cadeiras de rodas, seja com alguém capacitado com técnicas e conhecimentos de tradução e interpretação e não só com boa vontade e real amor por aquilo que ainda não possui, ou o mais importante um belo sorriso e a vontade de lutar pela real inclusão, que caminha a passos lentos e ainda luta contra o preconceito e a ignorância de pessoas que deveriam fazer apenas seu trabalho: Ensiná-los e ampará-los com amor!

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